
Literatura informativa e literatura de catequese
DESEMBARQUE DE CABRAL EM PORTO SEGURO EM 1500 – OSCAR PEREIRA DA SILVA (1922)
A MISSÃO
Em 21 de abril de 1500, o comandante Pedro Álvares Cabral e sua esquadra de 13 embarcações visualizaram o litoral sul do atual estado da Bahia e desembarcaram no local que foi denominado Porto Seguro.
A missão era expandir o território de Portugal, além de descobrir riquezas, como ouro e especiarias.
O primeiro nome dado à nova terra foi VERA CRUZ, logo alterado para PROVÍNCIA SANTA CRUZ.
DOCUMENTOS DE INFORMAÇÃO
Por todo o século XVI, entre 1500 e 1601, produziu-se uma literatura informativa composta de:
► relatórios
► tratados
► estudos
► diários, etc.
OBJETIVOS DA LITERATURA DE INFORMAÇÃO:
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Descrever a nova terra.
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Traçar um perfil da nova terra para o conhecimento da metrópole portuguesa.
Manifestações literárias
Os documentos produzidos durante esse tempo não são considerados LITERATURA ARTÍSTICA, e sim MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS.
O 1º documento informativo sobre o Brasil – considerado a certidão de nascimento do Brasil – é A CARTA, escrita por Pero Vaz de Caminha.
O QUE REVELAM OS ESCRITOS:
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Os escritos de informação sobre o Brasil têm caráter bastante descritivo.
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Eles revelam aos europeus os hábitos de vida dos indígenas, além da exuberância da terra.
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Fazem também levantamentos gerais da fauna e da flora, dos rios, dos nativos, do mundo tropical.
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Catalogam animais, vegetação, clima, constituição física do povo.
DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO
Os primeiros cronistas nas terras brasileiras passeiam por diversas áreas do conhecimento humano:
► Geografia;
► Botânica;
► Zoologia;
► Etnografia.
CARÁTER CIENTÍFICO versus FANTASIA
Apesar do caráter científico que muitas vezes assumem, os textos dos cronistas e dos viajantes estão marcados pela presença de fantasia de seus autores, todos eles exploradores europeus que filtravam fatos e dados, às vezes, acrescentando-lhes elementos mágicos e características fantásticas.
O MORALISMO DOS CONQUISTADORES
Observe que a nativa retratado no óleo sobre tela de Albert Eckhout aparece vestida com roupa de gala, ao estilo europeu, usando joias também europeias.
O moralismo predominante dos conquistadores portugueses e da Igreja Católica impedia uma visão pacífica da nudez nativa.
MAMELUCA, DE ALBERT ECKHOUT (1641)
LITERATURA DE CATEQUESE
Aos jesuítas, orientados pela ideologia da Igreja Católica, cabia a conversão dos gentios de qualquer maneira, mesmo que os padres tivessem que aprender a língua tupi, o que acabou acontecendo, por exemplo, com o padre José de Anchieta.
A FONTE DE TODO O CONHECIMENTO: A BÍBLIA
Na literatura de catequese, a Bíblia é a fonte de todo o conhecimento.
A literatura dos Jesuítas é bem mais realista que a dos cronistas e viajantes, pois os padres não se iludiam com o “novo mundo” e tratavam o indígena como pecador.
OS MISSIONÁRIOS DA COMPANHIA DE JESUS
Os missionários da Companhia de Jesus chegaram ao Brasil em 1549, com o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza.
A missão deles era converter o gentio ao cristianismo.
Os jesuítas permaneceram no Brasil até 1605.
CATEQUIZANDO OS NATIVOS
Os jesuítas ensinavam aos nativos os hábitos europeus (como usar roupas) para “moralizá-los” segundo os padrões da Igreja Católica.
Deram especial atenção às crianças, por assimilarem os ensinamentos mais facilmente.
ENCENAÇÕES
Os princípios cristãos católicos foram transmitidos pelos jesuítas por meio de encenações:
► Teatralização de cenas bíblicas.
► Lances dramáticos da vida de Jesus.
► Vida dos santos.
► Passagens do Velho Testamento e do Novo Testamento, etc.
TÉCNICAS DE CATEQUESE
Os jesuítas aderiram ao canto, ao diálogo, às narrativas, formas bem populares de encantar o público
indígena.
Aprimoraram-se em ensinar e também em aprender com os gentios, aproveitando o aspecto folclórico
da cultura dos nativos, mantendo o idioma em que era concebido.
Grande parte dos espetáculos cênicos começavam ou terminavam com danças e cânticos típicos, a
fim de envolver os indígenas.
O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
MISSIONÁRIO E POETA
Anchieta era poeta, gramático e catequista.
Ele chegou a dominar o tupi de tal maneira que verteu o catecismo, as doutrinas cristãs e as obras de fé para essa língua.
De sua obra, constam poemas, autos, cartas, sermões e uma gramática do tupi.





