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1) Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:
 
a) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida.

b) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambiguidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.

c) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram frequentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar.

d) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade.

e) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos Gil vicentinos revelam a sobrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores.

 

X RESPORTA X

 

2) (Unicamp-2003)

a) No início da Farsa de Inês Pereira, Lianor Vaz relata à mãe de Inês um hilariante acontecimento que teria protagonizado. Tal acontecimento serve de testemunho à crítica moral que Gil Vicente pretendeu fazer a uma instituição ainda de grande influência no século XVI, época em que foi escrita a famosa peça. Qual é o episódio que Lianor Vaz teria protagonizado? Qual seria aquela instituição?

b) Ao final da peça de Gil Vicente, com Inês já casada com

Pero Márquez, comparece à cena uma personagem decisiva para o desenlace da trama. Quem é essa personagem? Que relação teria ela tido com Inês, anteriormente?

 

X RESPOSTA X

 

3) (FUVEST-2007)

E chegando à barca da glória, diz ao

Anjo:

Brísida. Barqueiro, mano, meus olhos,

prancha a Brísida Vaz!

Anjo. Eu não sei quem te cá traz...

Brísida. Peço-vo-lo de giolhos!

Cuidais que trago piolhos,

anjo de Deus, minha rosa?

Eu sou Brísida, a preciosa,

que dava as môças aos molhos.

A que criava as meninas

para os cônegos da Sé...

Passai-me, por vossa fé,

meu amor, minhas boninas,

olhos de perlinhas finas!

(...)

Gil Vicente,

Auto da barca do inferno

.

(Texto fixado por S. Spina)

 

 

 

a) No excerto, a maneira de tratar o Anjo, empregada por Brísida Vaz, relaciona-se à atividade que ela exercera em vida? Explique resumidamente.

b) No excerto, o tratamento que Brísida Vaz dispensa ao Anjo é adequado à obtenção do que ela deseja —isto é, levar o Anjo a permitir que ela embarque? Por quê?

 

X RESPOSTA X

 

4) (Unicamp-2001)

Leia agora as seguintes estrofes, que se encontram em passagens diversas de A farsa de Inês

Pereira de Gil Vicente:

Inês:

Andar! Pero Marques seja!

Quero tomar por esposo

quem se tenha por ditoso

de cada vez que me veja.

Por usar de siso mero,

asno que leve quero,

e não cavalo folão;

antes lebre que leão,

antes lavrador que Nero.

 

Pero:

I onde quiserdes ir

vinde quando quiserdes vir,

estai quando quiserdes estar.

Com que podeis vós folgar

que eu não deva consentir?

(nota: folão, no caso, significa “bravo”, “fogoso”)

 

a) A fala de Inês ocorre no momento em que aceita casar-se com Pero Marques, após o malogrado matrimônio com o escudeiro. Há um trecho nessa fala que se relaciona literalmente com o final da peça. Que trecho é esse? Qual é o pormenor da cena final da peça que ele está antecipando?

b) A fala de Pero, dirigida a Inês, revela uma atitude contrária a uma característica atribuída ao seu primeiro marido. Qual é essa característica?

c) Considerando o desfecho dos dois casamentos de Inês,

explique por que essa peça de Gil Vicente pode ser

considerada uma sátira moral.

 

X RESPOSTA X

 

5) (UNICAMP-2007) Leia o diálogo abaixo, de

Auto da Barca do Inferno:

 

DIABO

Cavaleiros, vós passais

e não perguntais onde is?

CAVALEIRO

Vós, Satanás, presumis?

Atentai com quem falais!

OUTRO CAVALEIRO

Vós que nos demandais?

Siquer conhecê-nos bem.

Morremos nas partes d’além,

e não queirais saber mais.

(Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno, em Antologia do Teatro de Gil Vicente. Org. CleoniceBerardinelli, Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Brasília: INL, 1984, p. 89.)

 

a) Por que o cavaleiro chama a atenção do Diabo?

b) Onde e como morreram os dois Cavaleiros?

c) Por que os dois passam pelo Diabo sem se dirigir a ele?

 

X RESPOSTA X

 

6) (Unicamp-2005)

Leia os diálogos abaixo da peça “O Velho da Horta” de Gil Vicente:

 

(Mocinha) -Estás doente, ou que haveis?

(Velho)-Ai! não sei, desconsolado,

Que nasci desventurado.

(Mocinha) -Não choreis;

mais mal fadada vai aquela.

(Velho) -Quem?

(Mocinha) -Branca Gil.

(Velho) -Como?

(Mocinha) -Com cent’açoutes no lombo,

e uma corocha por capela*.

E ter mão;

leva tão bom coração,**

como se fosse em folia.

Ó que grandes que lhos dão!***

* (corocha) cobertura para a cabeça própria das

alcoviteiras; (por capela) por grinalda.

** caminha tão corajosa

*** Ó que grandes açoites que lhe dão!

(Gil Vicente, O Velho da Horta, em Cleonice Berardinelli

(org.), Antologia do Teatro de Gil Vicente. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira/Brasília, INL, 1984, p. 274) .

 

a) A qual desventura refere-se o Velho neste diálogo com a Mocinha?

b) A que se deve o castigo imposto a Branca Gil?

c) Diante do castigo, Branca Gil adota uma atitude paradoxal. Por quê?

 

X RESPOSTA X

 

 

 

7) (Mack-2005)

Assinale a afirmativa correta sobre o texto I.

 

Texto I

Ondas do mar de Vigo,

se vistes meu amigo!

E ai Deus, se verrá cedo!

Ondas do mar levado,

se vistes meu amado!

E ai Deus, se verrá cedo!

Martim Codax

 

Obs.:

verrá = virá

levado = agitado

 

a) Nessa cantiga de amigo, o eu lírico masculino manifesta a Deus seu sofrimento amoroso.

b) Nessa cantiga de amor, o eu lírico feminino dirige-se a Deus para lamentar a morte do ser amado.

c) Nessa cantiga de amigo, o eu lírico masculino manifesta às ondas do mar sua angústia pela perda do amigo em trágico naufrágio.

d) Nessa cantiga de amor, o eu lírico masculino dirige-se às ondas do mar para expressar sua solidão.

e) Nessa cantiga de amigo, o eu lírico feminino dirige-se às ondas do mar para expressar sua ansiedade com relação à volta do amado.

 

X RESPOSTA X

 

8) (UNIFESP-2005)

Senhor feudal

Se Pedro Segundo

Vier aqui

Com história

Eu boto ele na cadeia.

Oswald de Andrade

 

O título do poema de Oswald remete o leitor à Idade

Média. Nele, assim como nas cantigas de amor, a ideia de

poder retoma o conceito de

a) fé religiosa.

b) relação de vassalagem.

c) idealização do amor.

d) saudade de um ente distante.

e) igualdade entre as pessoas.

 

X RESPOSTA X

 

9) (PUC-SP-2006)

Ainda sobre a peça

O Velho da Horta, considerando o texto como um todo, é correto afirmar se que

a) a reza do "Pai Nosso" que inicia a peça, prepara o leitor para  o desenvolvimento de um texto fundamentalmente religioso, confirmado, inclusive, pela ladainha proferida pela alcoviteira.

b) o velho relaciona-se, ao longo da peça, com quatro mulheres, das quais uma é a moça por quem se apaixona e com quem, correspondido, acaba se casando.

c) a farsa tem como argumento a paixão de um velho por uma moça de muito bom parecer, por causa dela (e por via de uma alcoviteira) acaba gastando toda a sua fortuna.

d) o texto se organiza a partir de uma estrutura versificatória que revela ritmo poético, marcado porversos livres e por ausência de esquema rímico.

e) o diálogo estabelecido entre o velho e a moça cria condições para o arrebatamento amoroso de ambos e revela ausência de ironia e de menosprezo de qualquer natureza.

 

X RESPOSTA X

 

10) (PUC -SP-2007) Considerando a peça Auto da Barca do

Inferno como um todo, indique a alternativa que melhor se adapta à proposta do teatro vicentino.

 

a) Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem como

objetivo alcançar a consciência do homem, lembrando-lhe que tem uma alma para salvar.

b) As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de alegóricas, não estabelecem a divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal.

c) As personagens comparecem nesta peça de Gil Vicente com o perfil que apresentavam na terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo portam os instrumentos de sua culpa.

d) Gil Vicente traça um quadro crítico da sociedade portuguesa da época, porém poupa, por questões ideológicas e políticas, a Igreja e a Nobreza.

e) Entre as características próprias da dramaturgia de Gil Vicente, destaca-se o fato de ele seguir rigorosamente as normas do teatro clássico.

 

X RESPOSTA X

 

 

Fontes : Cola da Web, Projeto Medicina

 

 

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